Tomaremos como ponto partida, a sociedade medieval, onde o sentimento de infância não existia. O sentimento de infância não está aqui relacionado com afeição ou carinho e sim a consciência da particularidade infantil, que é a distinção entre criança e adulto. Assim que a criança podia viver sem os cuidados das amas ou das mães, esta ingressava na sociedade dos adultos e não havia mais distinção destes. Por volta do século XVI e XVII, surge um novo sentimento: a paparicação. Esta era uma fonte de distração e de relaxamento para o adulto e foi muito críticado. Começa-se então, a dar uma devida atenção as diferenças entre crianças e adultos e elas já não sentam mais as mesas com os adultos.
Ocorre no século XVII, um movimento entre moralistas e educadores e começa então, um novo sentimento: a moralização destas crianças. A criança não devia ser nem divertida e nem agradável, mas sim educada e moralizada. Já não convinha mais aos adultos se acomodar a leviandade de infância, sendo este um erro antigo. Propunha-se que que se fizessem dessas crianças, homens racionais e cristãos. Agora o tom era de severidade.
No fim do século, procurou-se conciliar a doçura e a razão. A paparicação surge no meio da família, no convívio com as criancinhas pequenas. Já o segundo, ao contrário, veio de uma fonte exterior à família, com críticas de pessoas preocupadas com a disciplina e a racionalidade dos costumes. Esse sentimento, passou para a vida familiar e se tornou importante na criação dos filhos.
No século XVIII, encontramos na família esse dois elementos acrescentado da preocupação com a higiene e a saúde física.
A criança assume lugar central dentro das famílias.
Podemos perceber ao analisar fotos antigas, que primeiramente, as crianças usavam trajes de adultos em miniatura. Posteriormente, as crianças são retratadas em poses abaixo dos pais e logo em seguida são retratadas no meio dos pais. Assim, fica claro, de como era e como é hoje, a relação família e criança.
Fonte: ARIES, Philippe. Os dois sentimentos da Infância. In:_. História Social da criança e da Infância. 2ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 1981. p. 99-105.
Raphaella,
ResponderExcluirIndico-lhe colocar ao lado do texto sobre os dois sentimentos de infância a indicação abaixo:
A Invenção da Infância
Gênero Documentário
Diretor Liliana Sulzbach
Ano 2000
Duração 26 min
Cor Colorido
Bitola 16mm
País Brasil
A Invenção da Infância aborda historicamente a construção moderna do conceito de infância (a partir da Renascença) focando a discussão sobre as diferenças na experiência de ser criança no Brasil da atualidade. A partir da frase "ser criança não significa ter infância", a diretora analisa as diferenças entre meninos e meninas do sul do Brasil e crianças do Nordeste.
Fonte: Porta Curtas Petrobras
http://www.portacurtas.com.br/index.asp
Abraços,
Romilda